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 Audi Quattro, mais que uma lenda, um verdadeiro mito

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Luís Martins
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MensagemAssunto: Audi Quattro, mais que uma lenda, um verdadeiro mito   Audi Quattro, mais que uma lenda, um verdadeiro mito EmptySeg Dez 14, 2009 9:55 am

A palavra italiana para o número quatro -- quattro -- foi escolhida, em 1980, para representar o sistema de tração integral da alemã Audi. Introduzida no modelo Coupé, baseado no sedã 80, foi a primeira vez em que um automóvel teve sucesso com as quatro rodas tracionando todo o tempo, antes um privilégio de utilitários.

Em 1966 a britânica Jensen havia oferecido, no modelo Interceptor (saiba mais), o sistema Formula Ferguson de tração integral, mas era caro demais para ser produzido em grande escala e foi abandonado já em 1971, depois de apenas 320 unidades produzidas. Já a Subaru tinha tração 4x4 em 1974 com o Leone série L, só que era um sistema de engate seletivo, com caixa de transferência para acionamento manual da tração auxiliar, enquanto a Audi introduziu a tração integral permanente com diferencial central.

Até a chegada do Audi Quattro, considerava-se a tração 4x4 tão desnecessária quanto prejudicial a um carro projetado para o asfalto, pois os sistemas disponíveis eram caros, pesados e pouco eficientes. Com toda esta experiência acumulada, Benzinger e Naumann haviam trabalhado com todos os sistemas de transmissão até então disponíveis: motor e tração traseiros, motor dianteiro com tração traseira, motor e tração dianteiros. De acordo com Benzinger, só restava uma opção ainda não experimentada: tração permanente nas quatro rodas, experiência que ele concretizou ao trabalhar na equipe de desenvolvimento do jipe Volkswagen Iltis.

Audi Quattro, mais que uma lenda, um verdadeiro mito Quattro-tracao
(Três diferenciais, sendo um central: a vantagem do Quattro sobre sistemas anteriores)


Quanto mais analisavam o projeto, mais concluíam as vantagens da tração permanente -- mas precisavam de aprovação da direção da empresa para levar o projeto adiante. Foi então que pediram ajuda ao diretor de Pesquisa Ferdinand Piëch, neto do Professor Ferdinand Porsche e hoje presidente do grupo VW. Piëch é tido por muitos como o "pai" do sistema Quattro e por outros como quem apenas divulgou o projeto, ficando os méritos para Benzinger e Naumann.

Uma das prioridades era a simplicidade mecânica. Um conjunto simples ajuda a diminuir o peso final e os custos de produção, além de contribuir para a longevidade do sistema. Tudo o que Benzinger e Naumann queriam era se manter afastados do conceito da Jensen, com um sistema extremamente complexo, dispendioso e de poucas vantagens -- o Jensen FF tinha velocidade máxima de 208 km/h com um motor de 330 cv, baixo desempenho causado pela complexidade da tração.

Há que referir que Quatrro ficará marcado pelo bom desempenho e excelente estabilidade em qualquer piso, marcando a época para a marca alemã acabando por ser campeão de rali em 1982 e sua evolução, o Quattro Sport, faturou em 1984.

O conceito básico de funcionamento do sistema Quattro original era adicionar o menor número de componentes possível ao conjunto de tração dianteira, até então utilizado nos carros da linha VW/Audi. Este é praticamente o mesmo utilizado até hoje no Santana, com o motor posicionado um pouco à frente do eixo dianteiro, permitindo desenvolver um acionamento para as rodas traseiras a partir do transeixo existente. No entanto o projeto original da transmissão foi modificado para ter uma tomada de força para a traseira, por modificação da árvore secundária. Esta passou a ser oca, de maneira a acionar a carcaça do diferencial central com a parte externa e abrigar, em seu interior, o pinhão do diferencial dianteiro. O diferencial central foi desenvolvido pela Ferguson.

Esse diferencial era o segredo da tração Quattro, sendo encarregado de compensar as diferenças de percurso das rodas dianteiras e traseiras e reduzir a absorção de potência pelo arrasto excessivo dos pneus nas curvas de pequeno e médio raio. A repartição de torque era 50-50, o que levava a comportamento subesterçante (sair de frente nas curvas) algo pronunciado, como desejado pelos engenheiros Naumann e Benzinger. Restava a missão de desenvolver o sistema de tração traseira, usando o conceito McPherson em substituição ao eixo de torção, já amplamente utilizado pelas marcas desde o Passat 1973. O projeto todo levou pouco mais de três anos do primeiro protótipo, construído em 1977, até a versão definitiva do Audi Quattro, apresentada no Salão de Genebra de 1980.
Grande parte dos componentes mecânicos era derivado do Audi 80 e Passat, com outros sistemas originários do Iltis. Os primeiros protótipos não tinham diferencial central, mas a idéia logo foi levada em consideração para que o carro tivesse melhor comportamento dinâmico. Com os protótipos finalizados, era hora de mostrar o serviço aos dirigentes do grupo Volkswagen.

Audi Quattro, mais que uma lenda, um verdadeiro mito Quattro-motor-rx
A concepção básica do motor do Quattro era a mesma do Volkswagen AP, mas com cinco cilindros e turbocompressor. O mesmo projeto foi usado nos anos 90 na perua RS2 preparada pela Porsche.

A tração integral foi combinada a um motor de cinco cilindros em linha e 2,15 litros turboalimentado, que produzia 200 cv de potência e 29 m.kgf de torque máximo. Compartilhando o projeto básico dos motores AP, tinha reputação de grande resistência e foi utilizado mais de 10 anos depois na perua Audi RS2, com preparação pela Porsche e 315 cv de potência.

Mais tarde...
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Entre eixos curto, motor mais leve e 300 cv de potência a 6.800 rpm: nascia em 1984 o Quattro Sport, versão evoluída que teve apenas 214 unidades produzidas, muitas para competição.

A produção do Quattro era praticamente artesanal -- apenas dois por semana. Logo surgiu a idéia de participar de diversas competições, com dois objetivos: estabelecer uma imagem para a Audi, que havia perdido parte do prestígio conseguido nos tempos áureos da Auto Union, e aprimorar o desenvolvimento do sistema.

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(O conjunto mecânico do Sport: motor de 20 válvulas com turbo de grande capacidade, suspensões McPherson, rodas de 9 x 15 pol, pneus 235/50)

O Quattro fez sucesso também pelo desenho moderno e robusto, com destaque para as largas colunas traseiras, e por oferecer espaço interno dos melhores em sua categoria. A primeira versão alcançava 215 km/h e acelerava de 0 a 100 km/h em cerca de 7,5 s, apesar do peso relativamente elevado, 1.330 kg, e da aerodinâmica nada eficiente.

Ficará bem-sucedido nos ralis, tornando-se campeão nas estradas poeirentas logo em 1982, mas no ano seguinte era superado pelo Lancia 037 de tração traseira, o que levou os engenheiros da Audi de volta às pranchetas. Em fevereiro de 1984 nascia o Quattro Sport, uma versão evoluída: motor com bloco também em alumínio (22,7 kg mais leve que o anterior), turbo KKK de maior capacidade, taxa de compressão mais elevada, cabeçote de duplo comando e quatro válvulas por cilindro.

Seu entreeixos fora reduzido em 32 cm -- sua característica mais estranha, pois as rodas ficavam lateralmente muito próximas umas das outras, o oposto do que se faz hoje --, e de um quatro-lugares confortável passava a ser um 2+2 com reservas. As versões de rua ficavam em 300 cv de potência e 33,5 m.kgf de torque, o bastante para atingir velocidade máxima de 250 km/h. Mas nos ralis o Sport atingia até 500 cv e acelerava de 0 a 100 km/h em cerca de 4 s. A carroceria usava fibra de carbono, alumínio e fibra-de-vidro em profusão, sobre um monobloco em aço similar ao do Quattro anterior. As rodas de 9 x 15 pol recebiam pneus 235/50 VR 15 e os freios a disco ventilado possuíam sistema antitravamento (ABS), que podia ser desligado se o motorista desejasse.
É de facto um Real Rally...


Última edição por Luís Martins em Qui Fev 11, 2010 8:43 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: E os pilotos???   Audi Quattro, mais que uma lenda, um verdadeiro mito EmptyQui Dez 17, 2009 2:08 pm

Obviamente que não se pode deixar de lado um dos grandes pilotos que conduziram e bem esta grande máquina que foi o audi quattro!
Falo ovbviamente de umas das mulheres mais acarinhadas e mais carismáticas de todos os tempos no rally: Michèle Mouton.

Nasceu no dia 23 de Junho de 1951 em Grasse. Foi a primeira e até hoje única mulher a vencer uma etapa do Campeonato Mundial de Rali (WRC), em Sanremo em 1981. Em 1982 após um disputado campeonato ela terminou o ano na segunda posição do WRC, vencendo as etapas de Portugal, Brasil e Acrópole pilotando um Audi Quattro.


Audi Quattro, mais que uma lenda, um verdadeiro mito Mich%C3%A8le_Mouton_1

Foto recente, num rally onde foi convidada a participar.


Em 1985 ela foi a primeira mulher a vencer a subida de Pike's Peak, famosa corrida realizada nos EUA. No ano de 1986 com o fim do Grupo B (FIA) ela abandonou a carreira no Rali, entretanto foi figura chave na organização do evento Race of Champions, em homenagem a Henri Toivonen, aquele que para muitos, hoje seria o número um da modalidade, devido ao seu lado lutador e destemido dentro de pista.

Audi Quattro, mais que uma lenda, um verdadeiro mito 5070316.001.1M

Em 1985 na Pikes Peak (EUA).
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Tiago Duarte
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MensagemAssunto: Sem esquecer... Walter Rohl   Audi Quattro, mais que uma lenda, um verdadeiro mito EmptyQui Dez 17, 2009 2:16 pm

Walter Rohl foi um dos mais completos pilotos de automóveis de todos os tempos com um palmarés invejável. Aos 62 anos, continua ligado aos automóveis como piloto de testes da Porsche fazendo umas provas de regularidade e, de quando em vez, uns ralis ao cronómetro.

Em 2005 ao volante de um Quattro

]Audi Quattro, mais que uma lenda, um verdadeiro mito Pikes_peak1


Apreciem a sua condução destemida Smile




E o famoso "Milagre de Arganil"

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Luís Martins
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MensagemAssunto: Re: Audi Quattro, mais que uma lenda, um verdadeiro mito   Audi Quattro, mais que uma lenda, um verdadeiro mito EmptyQui Dez 17, 2009 3:40 pm

Ter um animal destes na garagem(...) mete respeito! hoo hoo
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